Areosa
O povoamento na área ora abrangida pela freguesia de Areosa é muito anterior ao domínio romano. A testemunhá-lo estão os castros do Pego e de Santa Luzia (cidade velha) que no seu território ficam localizados. O paroquial suevo realizado por Teodomiro, falecido em 570, e elaborado entre 572 e 582, menciona entre as 17 paróquias de Tui a de Ovínea cujo território abrangeria uma área limitada pelos rios Lima, Minho e a parte inferior do Coura. A população deste território de Ovínea era pagã ou professava o arianismo, quando S. Martinho de Dume, depois de estabelecida a Diocese de Tui, inspiraria a criação da Igreja de Santa Maria de Ovínea, na actual freguesia de Areosa que fica a ser cabeça dessa extensa paróquia de Ovínea, muitos séculos depois transformada em Arcediago da Terra de Vinha.
A Quinta da Boa Viagem tem cerca de 4ha, implantada na Serra de Santa Luzia, em encosta voltada ao mar, cujo local de implantação, bem visível pelos pescadores e marinheiros terá lhe dado o nome de “Boa Viagem”. Aliás no alto do monte nos limites da grande mata que sobe encosta acima encontra-se uma grande cruz visível aos navegantes.
Em 1579, Gonçalo Ferreira Villasboas, casado com D. Catarina Álvares de Seixas, a “Marquesa”, filha de ricos armadores de Viana do Castelo, instituiu o morgadio da Boa Viagem, vinculando a quinta e a capela dedicada à Nossa Senhora da Boa Viagem, construída em 1592. Em 1742 Fernando Leite Lobo, moço fidalgo da Casa Real, Cavaleiro da Ordem de Cristo e Ouvidor de Ouro Preto, no Brasil casou com sua prima Maria Rozenda Villasboas e com a fortuna acumulada no Brasil empreendeu profundas obras na casa e jardins, construindo terraços, escadarias e fontes.