Vitorino de Piães
 Quanto ao topónimo principal, Vitorino (de significação omitológica), deve considerar-se muito remoto. Vem pelo menos do século IX para o X, Vulturinus; e, ao longo dos tempos, acaba por desenvolver-se para Voitorinho e Vitorinho. A forma actual, Vitorino, representa uma pseudo-correcção de origem erudita de Vitorinho, tomado por alteração popular ao nome pessoal Vitorino (que logo, para se diferençar, se passou a escrever Victorino).
O determinativo “dos Piães”, que primitivamente não existia, pois só depois do século XIII ou XIV aparece, tem três vias possíveis de explicação. A primeira: Piães seria forma nasalada de “piais” (‘piaes, derivado de “pias”), e, por isso, alusão à arqueologia (“pias” ou túmulos abertos na rocha). Outra: Piães proviria do genitivo Pela gionis (de Pelagiu). Ambas parecem hipóteses a rejeitar. A última, e historicamente aceitável: Piães seria a alteração de “peões”, sendo esta a classe de vilões herdadores não cavaleiros da Idade Média. Assim se fazia a distinção entre o “das donas” (as monjas, filhas de algo, do seu mosteiro) e o outro, “dos peões”, pelos muitos vilões desta classe popular.

A igreja de Santo André deve ser de fundação anterior à nacionalidade, embora de tal não haja notícias. Sabe-se é que, em 1220, ela tinha na freguesia “searas” e seis casais; o Mosteiro de Carvoeiro possuía catorze; a igreja de S. Pedro de Calvelo (antigo mosteiro), onze e um quarto de uma quinta”, além de um terço de casal de “muitos bons campos e vinhas”; a igreja de Cossourado, dois casais; o de S. Martinho (Crasto), um; a Ordem do Templo, uma “quintã menos um quarto (decerto o quarto da “quintã” da igreja de Calvelo); e a Ordem do Hospital aqui tinha uma ermida e junto dela e dela “freguesia” talvez, habitavam três famílias, decerto sujeitas à milícia hospitalária. De acordo com a “Enciclopédia Portuguesa Brasileira”, “é natural que algumas das da freguesia represente este histórico e velho templo, por certo românico, visto que pelo menos ascenderá ao século XII; mas dela nada se deve já conservar.

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