Na origem do povoamento do promontório do Sítio estão as condições naturais e o sentimento religioso, advindo do milagre de Nossa Senhora da Nazaré.
Devido ao difícil acesso, o Sítio apenas se começou a desenvolver em meados do século XVII, crescendo bastante ao longo do século seguinte.
A instalação de um elevador mecânico, para ligação entre o Sítio e a Praia, em 1889, veio dar um novo incremento populacional ao lugar, já então muito visitado por romeiros e peregrinos.
A Praia da Nazaré é de ocupação humana relativamente recente. As primeiras referências sobre a pesca na Nazaré datam de 1643, no entanto, só no início de oitocentos a população se começou a fixar no areal.
A zona actualmente ocupada pelo casario, era, à época, ocupada por dunas litorais que seriam recortadas, a montante, pela foz do rio Alcoa, que ia desaguar muito a norte da actual (a sul do Porto de Pesca), tendo as várias alterações do leito do rio contribuído para a diversificação da geologia local.
Os pescadores locais habitavam, sobretudo, nas partes altas – Sítio e Pederneira – dado que os constantes ataques dos piratas argelinos e holandeses tornavam o areal pouco seguro.
Relógio de Sol vertical numa casa particular no Sítio da Nazaré e junto à praia um relógio analemático desenhado com as pedras da calçada.
Olhar para o Forte de S. Miguel Arcanjo é como virar uma página de um livro imenso de memórias e estórias que fazem parte do nosso imaginário, do nosso passado.
A construção deste monumento de estilo maneirista teve início no reinado de D. Sebastião, em 1577, visando a defesa da enseada dos ataques dos piratas argelinos, marroquinos, holandeses e normandos que investiam sobre o litoral atlântico.
Em 1644, e devido ao seu posicionamento, o rei D. João IV, o Restaurador, ordenou a sua remodelação e ampliação. Como sentinela vigilante da fortaleza ficou S. Miguel Arcanjo, padroeiro de muitos santuários, construídos geralmente em lugares elevados. Na fachada do forte, sobre o portal da entrada, D. João IV, mandou colocar uma imagem em pedra calcária de São Miguel Arcanjo, com a legenda “ELREY DOM JUAN-1644” data que assinala o ano da sua construção.
No Forte de S. Miguel Arcangelo, na Nazaré, no terraço por baixo do farol, um relógio de Sol vertical meridional que nos parece feito da mesma pedra do forte.
Em Valado dos Frades encontramos uma das principais Granjas dos Coutos de Alcobaça: “ A Quinta do Campo” onde no século XIV, os monges cistercienses criaram uma escola agrícola.
Também aqui fomos encontrar um relógio de Sol vertical meridional, com numeração árabe e gnómon em ferro. Não está datado.