Século XVI
Quem foi Iohann Gebhart Nor e como é que este instrumento veio parar Portugal? Não temos provas concretas de que este artífice alguma vez tenha estado em Portugal. Sabemos que se tornou cidadão de Nuremberg em 1538 e que construiu diversos relógios de Sol, dípticos entre 1546 e 1586. Penepole Gouk, no seu livro “The Ivory Sundials of Nuremberg 1500 – 1700” fala-nos deste instrumento com um relógio Universal e por isso com a possibilidade de se saber a hora nas principais cidades europeias e também das intensas relações comerciais entre Nuremberg e Lisboa, onde chegavam, vindas de África, as presas de marfim, material de que eram feitos. Não é difícil por isso acreditar que alguns destes dípticos tenham vindo parar a Lisboa.
Proprietário: Museu Nacional de Arqueologia
Número de Inventário :25593.01 TC
Tipo de Espécime: Transparência a cores (TC)
Número de Inventário: Etno 2022.4.83
Categoria: Equipamento e utensílios
Denominação / Título: Meridiana
Datação: 1556 dC
Dimensões: A. 9 x L. 5,5 x 0,45 cm
Autoria: Iohann Gebhart – Nuremberga
Inf. Técnica: Marfim / Gravação
Fotógrafo: José Pessoa, 2003
Copyright: © DGPC
As fotos acima foram-nos amavelmente cedidas pela DGPC – Direcção Geral do Património Cultural, a quem agradecemos reconhecidamente a colaboração.
Posteriormente tivemos oportunidade de fotografar a mesma peça, que se encontra exposta no MAAT – Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, integrada na Exposição Energias – Perpétuo Movimento (Maio 2024). É a peça mais antiga que temos, de momento, no site. Datada de 1556, sendo o seu autor Iohann Gebhart de Nuremberga. A parte da peça que está em exposição é a folha vertical de um díptico em marfim. A outra face que é mostrada nas fotos acima é a oposta a esta. Haveria originalmente uma face horizontal com uma agulha magnética, mas só chegou ao museu esta parte do díptico.
À direita e a título de curiosidade, mostramos um instrumento igual, do mesmo autor e do mesmo ano que se encontra no Museu Wipple em Cambridge, para poderem imaginar como seria originalmente este relógio de Sol portátil.
Um relógio de Sol díptico tinha numa folha um relógio de sol vertical e na outra, um horizontal. A parte que fazia a sombra, chamada de gnómon, era um cordão entre elas, calibrado para permitir uma certa abertura, uma vez que ângulo entre as folhas era crítico. Este tipo de relógio de Sol podia ser ajustado para qualquer latitude ajustando o artefacto todo para que o gnómon ficasse paralelo ao eixo de rotação da Terra.