Matosinhos
No século XVI, com carta de Foral atribuída em 1514 por D. Manuel I, assumindo-se como um importante centro produtor agro-pecuário e sede de ricas propriedades, Matosinhos torna-se um dos principais pólos abastecedores do Porto numa altura em que freguesias como Ramalde, Foz e Aldoar ainda faziam parte do seu território.
É neste século que se constrói a actual Igreja de Matosinhos e para onde se transfere a antiga imagem do Bom Jesus até então depositada no Mosteiro de Bouças. A crescente importância deste culto levará, dois séculos mais tarde, a uma profunda remodelação do templo efectuada pelo arquitecto italiano Nicolau Nasoni. A extensão que o culto e a devoção ao Senhor de Bouças tinham já alcançado no Brasil, então em pleno apogeu do “ciclo do ouro”, foram um elemento determinante na realização deste ambicioso projecto. A este arquitecto são também atribuídas importantes obras nas quintas do Chantre (Leça do Balio) e do Bispo (Santa Cruz do Bispo), Capela de S. Francisco (Quinta da Conceição).
Santa Cruz do Bispo, concelho de Matosinhos, diocese do Porto. Como entidade religiosa remonta ao início da Nacionalidade. Em 1239 chamava-se Santa Cruz Riba Leça e depois Santa Cruz da Maia (por pertencer ao julgado da Maia). Desde 1623 começou a chamar-se Santa Cruz do Bispo. Por pertencer ao Cabido da Diocese do Porto, D. Rodrigo Pinheiro – Bispo do Porto – em 1552 – estabeleceu nesta freguesia uma Quinta de repouso, junto às margens do Rio Leça, tendo influenciado definitivamente a sua toponímia e evolução. Daí o nome de Santa Cruz do Bispo.