Só a memória consegue trazer o Tempo passado para o presente e a memória é uma miragem.
Emília Pires.

O nosso profundo agradecimento aos autores José Mota Tavares, José António Madruga e Carlos Guardado da Silva, pelo seu trabalho e dedicação e também à Câmara Municipal de Torres Vedras pela publicação do livro “Medição do Tempo Em Torres Vedras”. Este trabalho proporcionou a viagem no tempo e a visita física aos 35 relógios de Sol nele mencionados. Algumas fotos e textos aqui registados foram dele retirados. Aconselhamos vivamente a sua leitura e estudo na íntegra. O Livro está disponível na Câmara Municipal de Torres Vedras.

Desde o século II a.C., Torres Vedras conheceu uma ocupação humana, tendo sido identificada por autores antigos com Arandis, topónimo que a Geografia de Ptolomeu e o Itinerário de Antonino situam no Alentejo. Apesar do primitivo nome do lugar se encontrar envolto em mistério, é provável a sua identificação com o oppidum (praça fortificada) Chretina, que Ptolomeu localiza a cerca de 50Km a norte de Olisipo (Lisboa). Uma aglomeração secundária que mereceu a atenção do geógrafo alexandrino talvez pela sua importância viária com a categoria de mansio (albergue), uma vez que se encontrava no limite de uma jornada.
Independentemente do seu primitivo nome, a Idade Média conheceu o nome Torres Vedras testemunhado, porém, na forma latinizada turres veteras, uma referência a fortificações locais arruinadas, torres velhas, porque antigas, cuja construção remonta provavelmente ao período romano ou a época posterior, tratando-se, neste caso, de hisn (sítio fortificado). Sabemos que turris era a palavra usada no Império Romano como sinónimo de villa, mas não se atribuía a uma povoação. Os textos árabes, por seu lado, silenciaram Torres Vedras, bem como todo o espaço entre Lisboa-Sintra e Coimbra, conhecendo-se o nome latino apenas a partir dos textos cristãos, depois do domínio da região estremenha por D. Afonso Henriques.
Deste modo, Torres derivou de Turres, assim como Vedras de veteras, forma alternante de vetulus (velho), resultado da evolução do adjetivo latino vetus – veteris, no acusativo feminino do plural.

Carlos Guardado da Silva

Em 13 das freguesias que compõem o distrito de Torres Vedras recolhemos 35 relógios de Sol. O livro “Medição do Tempo em Torres Vedras” foi uma fantástica ajuda e muitos dos textos aqui mostrados foram retirados dele. Também usámos algumas fotografias deste livro por não nos ter sido permitido fotografar as referidas peças ou por já terem desaparecido. Aos seus autores José Mota Tavares, José António Madruga e Carlos Guardado da Silva, o nosso profundo agradecimento.

 

 

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