Enxara do Bispo
Enxara, a an-xara -charneca inculta caracterizada por matagais -, transformou-se numa das mais dinâmicas áreas agrícolas do concelho. A sua igreja aparece mencionada pela primeira vez nos inícios do século XIII e, pela mesma altura, a coroa, a Ordem de Santiago, o Bispo de Lisboa e outros proprietários privados importantes tinham herdades e explorações agrícolas na zona. Na primeira metade do século XVI, aquelas grandes propriedades deram lugar a quintas de menor dimensão, articuladas com localidades relativamente populosas. É a freguesia que possui maior espólio da época manuelina, em especial a sua igreja matriz, mandada reconstruir pelo bispo lisboeta, D. Ambrósio, em 1534, e a Capela do Espírito Santo, possivelmente da mesma época.
No alto da Serra do Socorro, conserva-se a ermida do mesmo nome, obra também manuelina, enriquecida com uma capela-mor barroca. Aqui pode também encontrar-se um centro interpretativo das Linhas de Torres, uma vez que foi neste ponto dominante da paisagem que Wellington escolheu para colocar o semáforo através do qual todos os fortes das Linhas comunicavam entre si.
Relógio de Sol vertical meridional em pedra, com numeração romana, sem gnómon, datado de 1793.