Azueira

A Capela de Santa Cristina é uma interessante capela rural, ao que se pensa construída no terceiro quartel de seiscentos (1659?), pelos Condes de S. Miguel. A ermida tem por orago Santa Cristina protectora dos animais e pescadores. É da tradição, no dia do seu festejo (24 de Julho), levarem-se os animais ao adro do templo, junto ao cruzeiro aí existente, para serem benzidos e ficarem protegidos pela padroeira. Realizam-se nesta capela, cinco círios provenientes de diferentes localidades, entre o fim de Agosto e Setembro. A fachada possui um portal sobre o qual se abre um grande janelão e um frontão com moldura em cantaria; dois campanários coroam a frontaria, tendo somente um deles o sino (datado de 1757). A lateral tem um alpendre suportado por colunas dóricas, sob o qual se encontram bancos em pedra que serviam para o descanso dos peregrinos que visitavam a ermida. De salientar, ainda, um relógio de sol datado de 1757.

A freguesia da Azueira, foi outrora muito próspera e importante nos domínios político e económico, sendo disso testemunho histórico, algumas quintas que pertenceram a membros proeminentes e influentes da sociedade da época, como é o caso da Quinta das Acácias, que foi parte integrante do vasto património de uma alta patente militar, apelidada de Brunette Gorjão, cuja viúva nela habitou até meados do século XX, não deixando descendentes.

Depois de 30 anos como industrial no Brasil e a pensar em regressar definitivamente a Portugal o meu pai resolveu mudar de atividade e comprar uma Quinta. Estávamos na década de 60 e eu devia ter 5 ou 6 anos. Lembro-me das primeiras visitas. Apesar de estar a 500m de uma estrada nacional, o caminho mais curto para aqui chegar obrigava o carro a atravessar um rio, era literalmente atravessar, descer e voltar a subir. Claro que quando chovia tínhamos que “ir à volta”. Por vezes para encurtar o tempo travessias mal calculadas tinham como consequência atolamentos que obrigavam a vir um trator retirar o carro do leito do rio. No entanto havia rio, havia água que corria transparente, onde se lavava a roupa e onde era possível ver peixes… Como qualquer história de Quinta que se preze, também nesta chovia dentro de casa e os ratos abundavam. Naqueles anos as quintas eram um local onde os proprietários iam de férias. E esta não era exceção. Havia umas enormes adegas, um monte de casario e uma terra “mal-amanhada”.

Interessante relógio de Sol vertical meridional em pedra mármore, com o gnómon também em pedra, numeração romana, datado de 1809, na quina de uma casa particular na Rua do Chafariz na Azueira.

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