Vestígios arqueológicos sugerem que o povoado hoje denominado por Mafra foi habitado pelo menos desde o Neolítico. A origem do termo Mafra continua envolta em mistério, sabendo-se apenas que evoluiu de Mafara (1189), Malfora (1201) e Mafora (1288) e Malfotaça em (1390). Alguns autores encontraram na sua origem o arquétipo turânico Mahara, a grande Ara, vestígio de um culto de fecundidade feminina outrora existente no aro da vila. Outros, radicaram o nome no árabe Mahfara, a cova, na presunção de que a povoação se encontrava implantada numa cova, facto desmentido pelo reconhecido arabista David Lopes. A vila está, isso sim, situada numa colina, cercada por dois vales onde correm as ribeiras conhecidas por Rio Gordo e Rio dos Couros. Certo também é que Mafra foi uma vila fortificada, podendo ainda hoje encontrar-se, na Rua das Tecedeiras, um pouco da muralha que a cercava. Os limites do castelo, que tudo leva a crer assenta sobre um povoado neolítico, sucessivamente reocupado até à Idade do Ferro, compreendiam toda a zona da “Vila Velha”, que hoje se inclui no espaço delimitado a Oriente pelo Largo Coronel Brito Gorjão, a Sul pela Rua das Tecedeiras, a Ocidente pelo Palácio dos Marqueses de Ponte de Lima e a Norte pela Rua Mafra Detrás do Castelo. A designação desta rua deve-se ao facto de a povoação ter voltado, literalmente, as costas ao flanco norte, por ser o mais exposto aos ventos. A densa floresta que, consta, existiu até ao século XIX na Quinta da Cerca, constituída por árvores de grande porte, reforçaria o para-vento. Em 1147, Mafra é conquistada aos Mouros por D. Afonso Henriques, e em 1189 a vila é doada pelo Rei D. Sancho I ao Bispo de Silves, D. Nicolau, que no ano seguinte lhe confere o primeiro foral.
Existem ainda em Mafra pelo menos mais 5 relógios de Sol que são conhecidos e vêm mencionados no Boletim Cultural de 1994 da Câmara Municipal de Mafra. Das muitas tentativas que fizemos junto das entidades oficiais em Mafra, eventualmente responsáveis por este património, não conseguimos saber onde se encontram 2 dessas peças: Barreiralva – Relógio de Sol redondo, num jardim de uma casa particular – Na Póvoa de Cima, um relógio de Sol de 1842, também numa casa particular. Dos outros 3 relógios, um encontrava-se numa parede da Escola C+S da Malveira. Era uma peça do gnomonista Victor Manuel de Sampaio e Melo de 1994, que foi destruída quando de obras na referida Escola. Um outro relógio datado de 1757 que se encontrava numa casa velha na esquina da Rua do Brito com a Rua de Santo André passou para a Quintinha de S. Silvestre quando a referida casa velha foi vendida. Falando com a proprietária esta confirmou que o relógio se encontra lá e que está completamente coberto com plantas pelo que não é possível fotografá-lo. Por fim temos o relógio da Quinta da Corredoura. Estamos a tentar contactar os donos que se encontram no estrangeiro, para ver se o conseguimos fotografar. Das várias abordagens que fizemos na Junta de Freguesia, foi-nos sempre dito que não sabiam quem eram os donos.
Se alguém nos puder ajudar no sentido de juntarmos estas 4 peças aos 36 relógios e Sol de Mafra acima listados, ficaremos muito gratos pela colaboração em mostrar este património tão rico e tão importante.