O Tempo pode ser o teu maior amigo ou o teu pior inimigo. Depende da forma como te dás com ele.
Emília Pires

Alenquer e o seu castelo

Alenquer e o seu castelo: Entre os séculos III e VIII da nossa Era, sucedem-se as invasões bárbaras: alanos, vândalos, suevos e visigodos.
Guilherme Henriques, baseando-se nos escritores mais abalizados afirma que a fundação do castelo de Alenquer se deu com a entrada dos visigodos em território português.
Outros autores creem em fundação posterior. Estabelecidos na Península a partir de 711, terão os árabes aproveitado os recursos defensivos do sítio de Alenquer, nomeadamente a sua posição na linha do Tejo, para aqui edificar uma fortificação.
Dentro das muralhas, a mesquita, erguia-se, segundo a tradição, no mesmo local onde depois se edificou a igreja de Santo Estevão, matriz da vila, também esta demolida em 1870 para dar lugar à construção da Aula do Conde de Ferreira, onde hoje está instalado o Museu Municipal. Acerca desta demolição escreve Guilherme Henriques, que quando se derrubou a torre, viu-se perfeitamente que havia nela uma espécie de cunhal de cantaria de forma muito diversa à da torre.

Marco de légua de arquitetura rococó mandado construir pela rainha Dona Maria I para demarcar as léguas percorridas na estrada Real desde Lisboa.
Este Marco de Légua assinala um dos locais da linha da Mala-Posta Carregado – Coimbra, aberta em 1854 e com um percurso diário entre as duas localidades. Encontra-se encimado por um remate em bola, um relógio de Sol e numa das faces uma inscrição e uma coroa real. A inscrição diz o seguinte: “N. VII LEGOA/ D. MARIA I/ RAINHA FIDELISSIMA DE PORTUGAL/ NOSSA SENHORA/ PIA ILUSTRE MEMORÁVEL/ PARA UTILIDADE PÚBLICA/ MANDOU DEMARCAR COM ESTE PADRÃO/ AS LEGOAS DA CIDADE DE LISBOA CAPITAL/ DO REINO PARA AS PROVÍNCIAS COM/ DISTÂNCIA DE TRÊS MIL OITOCENTOS E/ QUATRO PASSOS GEOMÉTRICOS/ SENDO INSPECTOR GERAL DAS ESTRADAS REAIS E OBRAS PÚBLICAS DE RIBATEJO/ D. JOSÉ LUIS DE MENESES CONDE DE VALADARES/ NO ANNO DE MDCCLXXXVIII/ UNDECIMO DESTE FELICISSIMO/ REINADO.”

Primeiro convento franciscano fundado em Portugal, por D. Sancha, filha de D. Sancho I, no sítio onde existia o seu paço, em 1222, sendo seu superior o Frade Zacarias.
D. Beatriz de Gusmão, mulher de D. Afonso III, mandou construir-lhe nova igreja, concluída em 1355, talvez porque a primitiva fosse demasiado pequena, à qual se acede por um pórtico ogival encimado pelas armas de D. Dinis. No reinado de D. Manuel renovou-se o claustro e lavrou-se o pórtico da casa do capítulo (este está classificado como Monumento Nacional desde 1910).
No ângulo noroeste do claustro existe um relógio de sol vertical, de mármore fino de Génova, oferecido a esta casa pelo cronista alenquerense Damião de Góis, no ano de 1557. Esta foi a peça com data mais antiga que encontrámos em Portugal.

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