Vila do Bispo
A atmosfera mítica de Sagres e do Cabo de São Vicente, durante milénios dedicada aos deuses.
A beleza preservada de um litoral de dramáticos horizontes de falésias e de mar. Os testemunhos dos ritos pré-históricos em tantos menires. A evocação da epopeia dos Descobrimentos e da figura enigmática do Infante D. Henrique, o Navegador.
Atrativos de Vila do Bispo e do seu concelho, vasto triângulo em que o mar está sempre presente e em que a Natureza se associa à história para lhe dar um carácter único, que vale a pena conhecer.
Desafiando o mar, um grande Relógio de Sol na Rua Comandante Matoso em Sagres.
Situado bem dentro do Cabo de Sagres, este Círculo de Mistério ainda é hoje motivo de debate e de teorias pouco ou nada consensuais, quer quanto à sua utilidade, quer quanto ao seu simbolismo, quer quanto à sua carga mística. Uns aproveitaram-no para mitificar as descobertas portuguesas, outros não o vêem além de um simples relógio de sol. Tem 43 metros de diâmetro e a sua circunferência faz-se também pelo uso de pedras que geometricamente desenham a roda. Foi desenterrada em 1919. Inicialmente associaram-na à escola náutica aqui fundada pelo Infante Dom Henrique. Sabe-se hoje que tal escola, pelo menos num sentido literal, não existiu. Há quem veja a Rosa dos Ventos de Sagres como um gnómon gigante, isto é, um relógio solar de proporções megalómanas, tendo por base o apoio à actividade naval deste lugar, até em questões de estratégia militar. Mesmo considerando a rosa dos ventos nesta base mais prática e utilitária do termo, há que não ofuscar as hipóteses tidas como mais esotéricas atribuídas a um objecto que é inequivocamente misterioso. E provavelmente é este o encanto desta rosa: o nunca sabermos exactamente o porquê de existir.
Esta fortificação encontra-se no Cabo de Sagres, local de grande importância na história dos Descobrimentos. A toponímia de Sagres vem do nome do antigo Sacrum Promontorium. Conta a lenda que seria neste local que os deuses se encontravam durante a noite. Autores antigos referem este local como um dos ligados ao culto de Saturno e Hércules.
A data da construção da fortaleza e das muralhas é de difícil definição, existindo a indicação de que terá acontecido por volta de 1443, ano em que D. Henrique (filho de D. João I) recebeu de D. Afonso V (seu sobrinho) a região de Sagres para que aqui edificasse uma Vila que servisse de apoio à navegação. Nada resta desse tempo. A Vila entrou em declínio após a morte do Infante. Os documentos deixam de falar em Vila do Infante e passam apenas a utilizar a designação de Sagres.