Encarnação
Outrora conhecida por Freguesia de São Domingos da Fanga da Fé, passou a chamar-se Encarnação, povoação que já existia no século XVI como Lobagueira dos Lobatos, reza a tradição, “pelos muitos lobos que infestavam toda a zona marginando a ribeira do Safarujo, coberta de matos e densos arvoredos formando vasto bastio desde o Codeçal até ao mar”. Quanto ao património artístico, merece relevo a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Encarnação, que sucedeu à de São Domingos da Fanga da Fé após o terramoto de 1755. Até então foi a Capela de São Domingos da Fanga da Fé altar privativo de Nossa Senhora do Rosário. Arruinado pelo terramoto, o templo foi mais tarde parcialmente reconstruído, servindo ainda para cultos até inícios do século XIX. Construída no século XVII, a Igreja de Nossa Senhora da Encarnação foi redecorada no século XVIII, mantendo da origem os silhares de azulejos, seiscentistas. A capela-mor possui retábulo de talha, com colunas torsas, e a sacristia dois arcazes, um dos quais de 1661, para além de uma pia de água benta, um relógio setecentista e uma imagem de São Marcos, vinda, provavelmente, dos destroços da Capela da Fanga da Fé.
A Capela de Nossa Senhora do Rosário foi fundada em terreno oferecido pelo casal Luís Bernardes Pereira e Maria da Purificação, moradores na localidade, com a ajuda das receitas dos convívios da matança do porco. Foi lançada a primeira pedra em 1979 e deu-se início aos trabalhos com grande participação da população. Tendo sido inaugurada em 1981 pelo Cardeal Patriarca de Lisboa D. António Ribeiro. O seu orago é Nossa Senhora do Rosário, instituído na antiga ermida do lugar, ainda existente, fundada em 1717 por Vicente Luís (nela sepultado) e sua esposa Maria João, moradores na aldeia junto à mesma ermida.
Relógio de Sol vertical meridional, com numeração árabe e gnómon em ferro, sem data. Foi encontrado na aldeia do Safarujo, na Encarnação.