Mesmo que penses que esse segredo é só teu, o Tempo se encarregará de o revelar.
Emília Pires

Estoril

O Estoril era uma aldeia piscatória onde existia uma quinta, a “Quinta de Viana”, de José Viana, com águas termais, que eram conhecidas pelo seu efeito curativo já no tempo das cruzadas de D. Afonso Henriques. Consta que várias personalidades vieram aqui em busca de cura para os seus males: D. Carlos, filho de D. João V; o rei D. José I, que trazia a sua família e até os seus cães; a Condessa de Castelo Branco e o próprio Marquês de Pombal e o Marquês de Alorna.

No Paredão de Cascais, entre as Praias da Poça e Tamariz, existe um relógio de sol, que esteve durante vários anos tapado por arbustos, mas agora está à vista de todos. Já não tem desculpa para não saber as horas quando for para a praia… pode consultar o relógio de sol, um projeto artístico de Maurizio Russo.

A Rua de Olivença, no Estoril, fazia parte da antiga Estrada Real. Foi nesta prestigiada artéria que António José Viana da Silva Carvalho (familiar de José Viana, proprietário dos Banhos do Estoril) mandou construir a sua casa. Trata-se de um modelo tipo palacete português seiscentista, de volumetria paralelepipédica. Na fachada nascente está um painel de azulejos datado de 1786, provavelmente proveniente de um antigo convento com representação de Nossa Senhora da Piedade. Na fachada poente encontra-se uma cruz e um relógio de sol, de lioz, datado de 1820, com meridiana em bronze e numeração árabe. 

Interessante relógio de Sol vertical meridional, com numeração romana, gnómon em ferro e sem data, numa casa particular no Estoril.

Alcabideche

O solar da Quinta de Manique é uma peça arquitetónica com uma provável origem no século XVI. Integrado numa quinta de lazer e produção no Vale de Caparide /Manique insere-se na Zona Demarcada do Vinho de Carcavelos. A quinta encontra-se já confinada a uma área circundante ao solar. O imóvel apresenta traços dos vários períodos atravessados como soluções arquitetónicas de origem medieval, renascentista, barroca ou neo-clássica. A sua fantástica cozinha será uma surpresa para qualquer visitante.
No lado esquerdo da capela, à altura da varanda exterior do coro vê-se um interessante relógio de sol vertical datado de 1788.

Bem perto da quinta de Manique fomos encontrar um outro relógio de Sol, numa casa particular, num estado muito desgastado. Vê-se da rua. É um bonito relógio em pedra da região, datado de 1747, com numeração árabe e gnómon em ferro. Tanto o relógio como o portão da casa têm uma cruz que poderá significar respeito e protecção. Também têm incrustadas umas flores e uma espécie de Sol que a superstição popular liga aos cultos solares e à protecção. Em Sintra, que é bem perto desta zona usavam-se muitos estes símbolos. 

Carcavelos

A Quinta da Ordem está registada como unidade de produção agrícola desde meados do século XV. Viria a ser conhecida por Quinta de Santo António nos finais de Seiscentos; por Quinta Nova, nos séculos XVIII e XIX e finalmente por Quinta Nova de Santo António, sendo hoje vulgarmente apelidada de Quinta dos Ingleses. Actualmente o solar alberga o Colégio Inglês de S. Julião ou St. Julian’s School. Nos seus jardins fomos encontrar um curioso relógio de Sol horizontal, assente num pedestal, com a particularidade de não ter linhas horárias e ter somente a numeração romana. O relógio está datado de 1750.

S. Domingos de Rana

No número 2 da Rua Romana em São Domingos de Rama existiu um relógio de Sol vertical sobre o telhado datado de 1736. Em 2006 anda lá se encontrava conforme foto da direita. Hoje já lá não está. A foto do relógio e sua localização em 2006 foi amavelmente cedida pela Dr.ª Anabela Ferreira do Museu de Alverca.

A Igreja de S. Domingos de Rana ou Igreja de S. Domingos de Gusmão, como templo paroquial, era já tida por Frei Luís de Sousa como bastante antiga, sendo descrita como “sagrada de tempo imemorial”.
Talvez pelas suas proporções, para Barruncho este era o “templo mais rico do concelho”. Danificada pelo terramoto de 1755, a igreja foi reconstruída tempos depois, provavelmente só em 1810, numa arquitectura simples no interior, em flagrante contraste com a sua fachada que apresenta uma certa grandeza.
Nas obras efectuadas em 1964, o tecto da nave caiu, desaparecendo assim a célebre pintura de Pedro Alexandrino. Restam, porém, e ainda da primitiva construção, a lindíssima tábua da Anunciação (talvez do séc. XVI) e as tábuas da sacristia, como a Última Ceia (fins do séc. XVI), representando o Pentecostes, cantarias e mármores preciosos. As telas “Assunção da Virgem” e “Cristo com a Cruz às Costas” completam o inventário artístico deste templo.
Ostentando uma majestosa fachada, cuja porta principal é emoldurada por ricos ornatos, o imponente edifício possui duas torres sineiras, uma delas com um relógio de sol vertical em mármore, com o gnómon em ferro, datado de 1838.. Lá do alto pode-se avistar um magnífico panorama que abarca terra e mar por muitas milhas de distância, justificando que a igreja tenha sido um importante marco na navegação marítima.

A Quinta dos Chainhos possui dois interessantes relógios de Sol : em cima à direita um relógio de Sol horizontal, que está colocado numa parede. O dono da quinta disse-nos que sempre o conheceu ali. É uma peça em mármore, sem data e sem gnómon, sendo a numeração romana. Tem ao centro um grande Sol e a toda a volta, em alto relevo, 15 brasões.
À esquerda em baixo, numa outra parte da quinta, encontrámos um relógio de Sol vertical meridional, em mármore, datado de 1775, com numeração romana e gnómon em ferro.

A Quinta dos Chainhos remonta ao século XVII, destacando-se pela produção do vinho de Carcavelos. Em 1664 foi entregue, por mercê, a José Monteiro de Carvalho, vindo a ser, mais tarde, apreendida, por dívidas, a António de Sousa Viegas. Mariana Brum de Amorim Coelho, casada com o conselheiro Fernando de Magalhães e Avelar, seria umas das suas proprietárias, a quem se sucedeu, por herança, a família Lagrange, que manteve a Quinta como residência de verão.

O Nosso Sonho e Ideia desenvolvem em parceria a sua ação no âmbito da educação e da ação social solidária. Sediadas na Freguesia de São Domingos de Rana, atendem diariamente cerca de mil crianças, adolescentes, jovens e suas famílias. Entre aqueles utentes, contam-se minorias étnicas, e crianças com necessidades educativas especiais, problemas emocionais ou sócio-familiares, algumas delas vivendo em condições precárias. Além de contribuir para o desenvolvimento local e educativo no Concelho, com um quadro de pessoal próximo dos cento e quarenta profissionais, tem defendido desde sempre a diversidade como uma riqueza. 

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