Foi engenheiro fabril e oficial general da arma de Artilharia, bacharel formado em Filosofia pela Universidade de Coimbra, possuía o curso da arma de Artilharia da Escola do Exército. Teve uma carreira militar brilhante, sendo condecorado com a Cruz de Guerra, Torre-e-Espada, medalhas da Vitória, do Exército Português em França, de Mérito Militar de Ouro, de Comportamento exemplar, vários graus das ordens militares de Cristo e de Avis e muitos louvores.
Comandou o Regimento de Artilharia Ligeira No. 4, de Leiria. Foi governador-civil de Leiria. Em 1949 foi nomeado director do Colégio Militar. Distinguiu-se no estudo de relógios de Sol, tendo montado variadíssimos por todo o país. Quando em Leiria, fez dois relógios de Sol para a casa de praia de Afonso Lopes Vieira, um pelourinho com 4 faces, cada uma com seu mostrador para o espaço frente ao Hotel das Termas de Monte Real. No campo de aviação de Monte Real foi construído, sob sua direcção, um relógio de Sol monumental, que dá a hora para todos os pontos do Império. No Forte de São Julião da Barra, no magnífico terraço sobranceiro ao mar, existe uma peça, em excelente estado de conservação, apesar de estar há meio século ali. Trata-se de um relógio de sol que, além de um quadrante afinado para Lisboa, com respectivo gnómon, tem ainda quadrantes afinados para se poder ler a hora solar verdadeira na Ilha das Flores, nos Açores; em Luanda; Lourenço Marques (Maputo); Goa; Macau e Timor. O quadrante respeitante a Lisboa tem ainda um segundo gnómon, que indica a evolução anual do Zodíaco.
Gnomonistas
Discípulo do Mestre Walter Sutter, escola de relojoaria de Lisboa, anos 50 século XX. Premiado pela Associação Alemã de Fabricantes de Relógios nos concursos mundiais para jovens aprendizes de relojoaria, em 1955 e 1956. Assume o lugar do Mestre Sutter no ano lectivo 1959/60. Em 1963 forma-se em Engenharia Electromecânica e depois de estagiar em Inglaterra, é convidado para liderar o projecto de uma Rede Horária Nacional na Companhia Nacional de Electricidade. Em 1967 aceita um convite para Director Técnico da Reguladora-Fábrica Nacional de Relógios. Em 1972 inicia um ciclo de 30 anos de actividade em empresas multinacionais: Control Data Corporation; Ford e Autoeuropa, onde exerce vária funções de Direcção e Consultoria. Criador de várias empresas, foi fundador da Associação Empresarial de Setúbal – Aerset e seu Vice Presidente. Foi também fundador e Director do Centro de Empresas e Inovação de Setúbal- Ceiset. Dedica-se, desde 1997, à actividade de Consultor de Empresas nas áreas de Organização e Desenvolvimento Industrial e de Recursos Humanos. Membro dos Lions Club e Coordenador da Equipa de Liderança do Distrito 115cs.
José Manuel Malhão Pereira é um oficial superior da Marinha Portuguesa, onde ingressou em 1959, e mestre em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa. Tem vários trabalhos editados sobre estes assuntos com especial destaque para o mar. É licenciado em Ciências Sócio Militares pela Escola Naval. Fez os cursos de Fuzileiro Especial e de Especialização em Navegação, e é Mestre em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa pela Universidade Nova de Lisboa e Doutor em História e Filosofia das Ciências pela Faculdade de Ciências de Lisboa. Estando com a graduação de capitão-de-mar-e-guerra, em 10 de Junho de 2013, foi agraciado com a comenda da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. Foi durante largo período instrutor e professor de Navegação da Escola Naval, tendo ainda comandado a corveta Honório Barreto, o Navio Escola Vega e o Navio Escola Sagres (1989 – 1992).
Ex-professor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu, astrónomo amador e Gnomonista. Tem como hobby a construção de modelos de relógios de Sol e ultimamente, a construção destes em pedra calcária estando já alguns instalados ou em vias de instalação. São cerca de 150 relógios de sol que podem ser apreciados no Protomuseu, em Vila Chã de Sá. O seu fundador e também autor de praticamente todos os relógios expostos, começou a pensar em todo este trabalho aos 12 anos de idade. “O meu avô materno disse-me que se eu passasse de ano me oferecia um relógio. Eu passei e ele cumpriu a promessa. Era um relógio em madeira que ainda tenho hoje”, contou Pedro Gomes de Almeida, recordando que o encontrou quando se mudou para Vila Chã de Sá.
“Aprendi por mim mesmo. Quando eu tinha nove anos o meu pai ofereceu-me um relógio de sol do tipo caixa de madeira que se podia transportar. Aí nasceu a minha curiosidade. Quis ver como é que se fazia. Mas por muitos desenhos que fizesse nunca acertava. Não tinha as bases! Mas depois andei na Biblioteca Nacional a vasculhar tudo o que havia sobre o assunto e lá fui encontrando alguma bibliografia. Foram mais de 30 anos a investigar. Ao mesmo tempo ia fazendo réplicas dos esquemas que encontrava”.
“Os relógios de sol podem ser, ainda hoje, muito didácticos e úteis”, diz Vasco Melo, um autodidacta com mais de meio século dedicado à gnomónica – a arte de construir relógios de sol. “Ao todo acho que já fiz uns 500 ou 600. Mas todos feitos por mim, do projecto até à pedra cravada”. Melo, de 65 anos, explica nesta Entrevista porque é que ainda faz sentido perder tempo a olhar para um relógio solar.
Victor Manuel de Sampaio e Melo
Temos tido muita dificuldade em encontrar referências na internet ou em outros meio de comunicação sobre este senhor. Conhecemos algumas das suas obras que já fotografámos. Encontrámos agora uma entrevista dada a Sandra Henriques da Antena 1, em Novembro de 2016, que é gnomonista por paixão, que já construiu relógios de Sol, um pouco por todo o país, e que continua a fazer palestras nas escolas por considerar que esta matéria incentiva a estudar matemática, geometria e outras áreas do conhecimento.
Sabemos também que é cofundador do Instituto de Investigação Estudo e Divulgação Do Quadrante Solar, (estudo e divulgação do património cultural gnomónico; promoção do relógio de sol como instrumento lúdico, cultural, decorativo e didático; apoio à construção de relógios de sol; execução de projectos de relógios de sol).