Tanto o bater de um relógio como o bater do coração podem medir o Tempo.
Emília Pires

Ao concelho de Peniche encontram-se associadas várias lendas, tais como as lendas da Senhora dos Remédio e da Senhora da Ajuda ou a lenda dos Passos de D. Leonor.
As primeiras referem-se à descoberta das referidas imagens marianas em grutas, após um longo período de ocultação, habitualmente explicado pela presença muçulmana no território, ícones religiosos que terão estado na origem da edificação de templos consagrados à Virgem.
Já a lenda dos Passos de D. Leonor trata o tema recorrente do amor proibido entre membros de famílias rivais que termina necessariamente em tragédia.
Conhecem-se também algumas lendas alusivas à realidade histórica local, como a lenda de S. Leonardo, alusiva à origem francófona da vila medieval de Atouguia da Baleia, ou ainda a lenda da Senhora das Mercês, memória de um passado não muito distante marcado pelo temor das gentes deste território perante as frequentes investidas da pirataria muçulmana norte-africana.

A Igreja Paroquial de N. Sra. da Conceição de Peniche é um templo de fundação incerta, 1680 terá sido o início da sua construção, a expensas do povo, no local da antiga capela de S. Sebastião das Arieiras.
Reformas sucessivas alteraram-lhe decisivamente a configuração primitiva, amalgamando-se na sua desequilibrada conceção intervenções artísticas que se prolongaram até à atualidade.
O relógio de Sol vertical em pedra com o gnómon também em pedra está datado de 1883.

A Igreja de Serra d’El-Rei tem por padroeiro S. Sebastião, um mártir dos séculos III-IV, de quem pouco se sabe ao certo. Sabe-se que foi martirizado em Roma e sepultado nas catacumbas. O seu culto é muito remoto e a tradição di-lo capitão da guarda pessoal dos imperadores e que, por amor à fé, foi condenado à morte e supliciado com setas. A sua memória celebra-se a 20 de Janeiro e é nesta altura que a população da freguesia organiza uma festa em sua honra: a Festa de S. Sebastião.
O início da construção da Igreja parece datar dos finais do século XIV e inícios do século XV, pois o edifício é posterior ao Paço. A sua construção foi muito gradual e parece ter-se prolongado até ao século XVI. D. Pedro I foi o grande impulsionador desta construção na altura em que a povoação crescia. Por ser um Rei muito benévolo para o povo, as casas começaram a concentrar-se cada vez mais perto do Paço.
Diz-se que a Igreja foi originalmente um templo romano dedicado a Neptuno, pelo Cônsul Decio Junio Bruto, em memória do triunfo que ele obteve contra os povos de Eburobritium.
No cunhal vê-se um relógio de Sol vertical em pedra que está datado de 1711.

No seguimento de ataque realizado por corsários franceses, D. Afonso de Ataíde, Conde de Atouguia, escreve a D. João III advogando a necessidade de proceder à defesa do lugar e porto da Ribeira (Peniche-de-Baixo).
Em 1557 iniciaram as obras de fortificação de Peniche. D. João III ordenara a D. Luís de Ataíde a construção de um baluarte, com sua torre, no sítio do Alto da Vela.
Este relógio de Sol foi fotografado por José João Roseira no Museu do Forte. Não sabemos a proveniência do relógio datado de 1786. Sabemos que por essa altura o Forte sofreu grande obras de remodelação. O nosso agradecimento pela cedência da fotografia.

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