Torre de Aguiã
E lá estava ele. Em granito, melhor conservado do que o resto da construção, vertical, meridional, com gnómon em ferro, não será o original mas tinha gnómon, a numeração é romana e não tem data.
Quando se passa este arco somos envolvidos por uma música angelical, muito ténue, vinda não sabemos de onde, que se vai esvaindo à medida que subimos para desembocar de frente com a imensa mansão. A sensação que tivemos é que estávamos num outro Tempo ou até fora do Tempo. Não se via vivalma. Com o coração a bater um pouco mais depressa do que o habitual, não fosse algum cão saltar-nos às pernas, fomos ler uns avisos que estava colocados nos anexos. Não vimos logo o relógio.
A quinta da Torre de Aguiã, com cerca de 18 ha, sendo 9 de produção de vinho, denominado Aguião, com a monocasta vinhão. A propriedade, isolada e em local elevado a cerca de 154 m, com amplas vistas sobre o vale do Vez e a Serra do Soajo e Peneda. Na proximidade uma ribeira com pontão de origem medieval, segundo o proprietário. A torre foi construída sobre grandes penedos, nos séc. XVI ou XV, em terras que pertenceram no séc. XII a Guy de Mouton, companheiro de armas do Conde D. Henrique.
No entanto, segundo referências à quinta, no final do séc. XIII surge como pertencente aos cavaleiros Duram Martins de Guei e Martin Perez Carneiro, Monteiro de D. Afonso III. No séc. XV, a propriedade é foreira do Mosteiro de Santa Maria de Valboa, em Vila Nova de Cerveira. Em 1460, Diogo Lopes de Aguiã aparece como o primeiro senhor da Torre de Aguiã. Em 1662 as tropas espanholas incendeiam a quinta e Bento da Rocha e Sousa faz um pedido para construir uma casa junto à torre, provavelmente serão dessa época as construções que envolvem a casa-torre.
À saída somos envolvidos pela mesma música que nos deixa um sabor a saudade na alma.