Afife

É possível que o topónimo Afife se trate de um genitivo antroponímico árabe, Afif, que inicialmente era utilizado como adjectivo para designar algo ou alguém virtuoso; mais tarde porém, aparecia num documento de 1108, com a designação Afifi, sugerindo a existência de uma Villa Afifi, que adquiriu o nome do seu senhor. Ao longo dos séculos, o topónimo foi apresentando diferentes grafias: FifiAffifiAfifi até culminar em Afife.

A data de fundação da Freguesia de Afife é tão recuada que se perde no tempo, contudo, atestam a presença do Homem nestas paragens desde as mais remotas épocas, os vários castros dispersos no interior da freguesia, mais alguns monumentos arqueológicos, além de abundante material lítico. Dos castros, dois são de enorme importância: o castro ou Morro dos Mouros, ou ainda, Cividade, como foi em tempos designado, situado no alto da montanha que separa a povoação de Afife da de Âncora (concelho de Caminha), visto que está implantado em terrenos das duas freguesias.

Na Igreja Paroquial de Afife, Igreja de Santa Cristina, virado a sul, um imponente relógio vertical declinante duplo, em granito, gnómon em ferro.

O Convento de São João de Cabanas era masculino, e pertencia à Ordem de São Bento. Foi remodelado no século 17 e mantém até hoje o mesmo perfil arquitetónico. Foi comprado em 1897 por Cunha Pimentel, antigo Governador Civil do Porto, avô de Pedro Homem de Mello. Foi residência do poeta Pedro Homem de Mello.
O mosteiro foi adquirido em 2019 pela cantora suíça Nathalie d’Ornano que, após ali viver durante dois anos, decidiu reabilitá-lo para alojamento turístico.

“Este pequeno apontamento sobre a história local de Afife, procura dentro das possibilidades, contribuir para um melhor conhecimento da importância do Mosteiro de S. João de Cabanas e dos moinhos de água de Afife, particularmente o moinho da Devesa. (…)”

Neste convento existe um relógio de Sol em pedra, que estava completamente cheio de fungos à data em que fizemos a foto. Tem o gnómon em ferro porém, a numeração árabe e a data de 1689, não se conseguem ver. 
Oportunamente voltaremos ao local para fotografar de novo agora que o convento foi restaurado.

E agora podemos já mostrar o relógio completamente restaurado onde se consegue ver a data 1689 e a numeração árabe.

A Capela de São Roque foi construída junto da “estrada real que vem de Vianna para Caminha”, apresenta um adro e muro em pedra a delimitar o adro do templo. Edificada em pedra granítica sem reboco, o que permite identificar algumas pedras sigladas e uma inscrição em caracteres góticos. A entrada do templo está bem marcada pelo arco ogival e a sineira que encima a fachada está datada de 1723. Do lado virado a Sul encontra-se um relógio vertical declinante duplo, com gnómon em ferro. Terá a mesma data do templo?

Numa casa particular em Afife, encontramos este belo relógio em granito, já escurecido pelo tempo. É um relógio de Sol vertical meridional, com numeração árabe e gnómon em ferro. Está datado de 1806. 

Em Afife, concentrados todos na mesma zona, encontrámos 8 relógios de Sol em casas particulares. São todos em granito, verticais declinantes duplos,  com numeração romana e  gnómons em ferro à excepção do último que é vertical meridional com numeração romana e gnómon em ferro.

Estas duas últimas fotos foram-nos amavelmente cedidas por Ana Maria Correia autora dos Livros “Relógios de Sol em Portugal”  Volumes 1 e 2  a quem agradecemos reconhecidamente a colaboração.

Por fim, depois de muito procurar pelos relógios houve alguém que me disse que na sua casa também tinha havido um relógio, no tempo dos seus antepassados, mas agora só se encontrava o lugar onde ele tinha estado, que guardavam como recordação. Ficam aqui as imagens a título de curiosidade.

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