Ceivães
Ponte de Mouro, que integra as freguesias de Barbeita e Ceivães, destaca-se pela “importância do seu legado histórico, patrimonial e natural”, refere-se em comunicado. A aldeia poderá não ser tão famosa quanto merecia: é que foi este cenário, a 1 de Novembro de 1386, que “testemunhou o encontro histórico do Rei D. João I com o Duque de Lencastre, pretendente ao trono de Castela [e Leão]”. Um encontro que serviu para estabelecer “as condições da cooperação militar portuguesa” com a Inglaterra, que pretendia conquistar o reino vizinho. Ficou também acordado, o casamento do Rei D. João I com Dona Filipa de Lencastre, filha do duque”. A importância de Ponte de Mouro é evidente: foi nesta aldeia que se lançaram as bases para a Aliança Luso-Britânica, a mais antiga aliança diplomática do mundo e ainda vigente, revalidada pelo Tratado de Windsor.
O Solar do Hospital em Ceivães é um local cheio de história cuja descrição deixamos para os interessados.
“Em local pouco central, um tanto a Nascente e Norte da Quinta, ergue-se a casa senhorial, de imponente fachada filipina, parcialmente caiada e exposta a Poente. Uma escadaria central, em pedra, escurecida pelos séculos e revestida por fungos e líquenes, contrastando com o branco das paredes, dá acesso ao andar nobre. A porta principal, é enquadrada por amplas janelas de sacada, quatro de cada lado. A pedra de armas, que coroa o edifício, representa o brasão concedido à família da casa por D. Filipe II de Portugal, III de Espanha, em 1604”.
Mesmo à entrada do Solar, no portão, do lado poente, encontra-se um interessante relógio de Sol antropomórfico que aqui deixamos para vossa apreciação.
Um belo relógio de Sol vertical declinante duplo, em granito, sobre o telhado de uma casa, no Lugar do Cabo na freguesia de Ceivães. Este relógio está adossado a uma cruz, tem no topo a cabeça de um homem, tem numeração árabe e gnómon em ferro. Está muito bem conservado.
No Lugar do Cimo da Vila encontrámos um relógio de Sol pouco comum. Pelo menos conhecemos poucos exemplares. Está sobre o canto de um telhado de uma pequena casa de pedra seca, com cerca de 2 metros de altura. Talvez servisse para guardar o gado ou a criação. Disse-nos o dono que a peça estava a cair e por isso a viraram cerca de 90º e a recolocaram com cimento para não se soltar. É um relógio cilíndrico polar, sem gnómon. As arestas fazem de gnómon. É em granito e está datado de 1798.
No lugar de Pereiras, sobre o telhado de uma casa, um relógio vertical declinante duplo em granito, sem gnómon, já bastante carcomido pelo tempo.
Queremos deixar aqui um profundo e reconhecido agradecimento à Teresa Gonçalves, presidente da Junta de Freguesia de Ceivães que, durante toda uma tarde de Domingo, nos conduziu ao encontro dos relógios de Ceivães e Bela. Bem haja pela sua simpatia e disponibilidade para nos mostrar estes tesouros da região que agora tem sob o seu cuidado.