Jarmelo
As primeiras referências ao Jarmelo reportam à Idade do Bronze. Em 1143, ano em que Portugal desenhou as suas fronteiras e D. Afonso Henriques assinou o tratado de Zamora, também rubricou a 1ª Carta e Foral ao Jarmelo. Foi castro romano, vila medieval, sede de concelho. As reformas administrativas foram fragmentando o território e, hoje em dia, as pequenas aldeias espalham-se por mais do que uma freguesia. Mas têm uma entidade própria e, até, uma raça autóctone: a vaca Jarmelista.
Em Ima, não se vê gente de um lado para o outro, não há cafés, restaurantes ou lojas, mas não faltam hectares de terreno para cultivo. E há, também, um forno comunitário para quem souber cozer pão, além de uma paisagem verdejante e florida, onde se avista algum gado. Alcina Trindade, 74 anos, apressa-se a informar que “beber café só na máquina lá de casa”, mas não quer que chamem a aldeia de “fantasma”. “Se os jovens vierem e quiserem trabalhar, isto dá, mas nós já estamos velhos”, desabafa. Em tempos, houve até uma leitaria em Ima. O edifício ainda existe, mas já ninguém vai recolher o leite. Agora, leite, só para consumo próprio.
Seguindo por este caminho fomos dar a um pátio que outrora já teve vida, agora completamente abandonado onde, agarrado a uma parede, encontrámos este relógio de Sol em granito, coberto de fungos, sem data.
Quando estávamos em Ima, um trabalhador do campo que nos indicou onde estava o relógio disse-nos: “Na minha terra, na Urgueira também há um relógio de Sol. Fica a 1 km daqui mas, a aldeia está completamente deserta. Não vive lá ninguém”. E lá fomos nós. Na Rua do Relógio, numa esquina de uma casa, completamente em ruinas, lá estava o Relógio de Sol. Em granito, com um ferro a servir de gnómon, sem data. Reparem como é parecido com o de Ima.
No centro da aldeia, em frente à capela, um grande relógio de Sol em pedra, datado de 1872, com numeração árabe e gnómon em ferro.
Capela de Nossa Senhora de Mileu em Valdeiras, Santuário instituído numa capela de construção românica, que se afirma como ponto importante nos caminhos de peregrinação a Santiago de Compostela.